domingo, 19 de abril de 2015

"Todo Dia É Dia de Índio"

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"Mas Agora eles só tem o dia 19 de Abril!"

Vivemos num país de dimensões continentais e tão imenso quanto nosso território é a diversidade de valores e pluralidades, sejam elas socioeconômicas, religiosas ou culturais.

Como educadora continuo me surpreendendo, ano após ano, como tantas escolas, ainda hoje, se debruçam sobre as dezenas de datas comemorativas para nortear seu planejamento. E como, em sua grande maioria, sem nenhum tipo de pudor ou reflexão.

Estereotipam e desrespeitam povos, culturas e princípios,  reforçando conhecimentos baseados em fábulas românticas e alegorias, desprezando a realidade posta e o conhecimento científico.

Assim, prestam um “DES” serviço  educacional , cultivando a ignorância  e a alienação, que alimentam pensamentos e atitudes discriminatórias e preconceituosas. Tiramos do aprendiz o direito de pensar sobre bases sólidas e da sociedade a possibilidade de uma educação que humaniza o outro, logo o respeita.

Um Bom exemplo? O dia do índio.

Podemos até pensar: Será mesmo que uma coisa tão “fofa”, quanto criança “fantasiadinha”  de índio, pode reforçar conceitos pejorativos?  Além da vasta literatura sobre o tema, se puxarmos pela memória, episódios recentes com certa aldeia aqui no Rio, podem servir de referências para responder essa pergunta.

Observar professores com suas “tribozinhas” e  pais orgulhosos com seus “ indiozinhos” pelas mãos, sempre suscita algumas questões:  O que estamos fazendo?  ESCOLA: Reforçar estereótipos... Esse é mesmo o seu papel?
                                                                                                                                         Cássia Medella.